sábado, 20 de fevereiro de 2010

Melhores da Década

Slant Magazine

1. Cidade dos Sonhos, dir. David Lynch
2. INLAND EMPIRE, dir. David Lynch
3. Yi Yi, dir. Edward Yang
4. O Novo Mundo, dir. Terrence Malick
5. Amor a Flor da Pele, dir. Wong Kar Wai
6. Crimson Gold, dir. Jafar Panahi
7. Werckmeister Harmonies, dir. Béla Tarr
8. Má Educação, dir. Pedro Almodóvar
9. Femme Fatale, dir. Brian De Palma
10. O Filho, dir. Irmãos Dardenne

Cahiers du Cinemà

1. Cidade dos Sonhos, dir. David Lynch
Elefante, dir. Gus Van Sant
Tropical Malady, dir. Apichatpong Weerasethakul
2. O Hospedeiro, dir. Bong Joon-ho
3. Marcas da Violência, dir. David Cronenberg
La Graine et le mulet, dir. Abdellatif Kechiche
West of The Tracks, dir. Wang Bing
4. Guerra dos Mundos, dir. Steven Spielberg
O Novo Mundo, dir. Terrence Malick
Dez, dir. Abbas Kiarostami

LAFCA

1. Cidade dos Sonhos, dir. David Lynch
Sangue Negro, dir. Paul Thomas Anderson
2. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, dir. Michael Gondry
O Segredo de Brokeback Montain, dir. Ang Lee
3. Onde os Fracos Não tem Vez, dir. Irmãos Coen
4. Zodiaco, dir. David Fincher
Yi Yi, dir. Edward Yang
4 meses, 3 semanas e 2 dias, dir. Cristian Mungiu
5. Trilogia Senhor dos Anéis, dir. Peter Jackson
A Viagem de Chihiro, dir. Hayao Miyazaki
Vôo United 93, dir. Paul Greengrass
6. E sua Mãe Também, dir. Alfredo Cuarón
7. Sideways, dir. Alexander Payne

Greencine Daily

1. Southland Tales, dir. Richard Kelly
2. O Sacrifício, dir. Neil LaBute
3. INLAND EMPIRE, dir. David Lynch
4. Fonte da Vida, dir. Darren Aranofsky
5. Doppelganger, dir. Kiyoshi Kurosawa
6. Dante 01, dir. Marc Caro
7. Frailty, dir. Bill Paxton
8. The American Astronault, dir. Cory McAbee
9. Crank, dir. Mark Neveldine e Brian Taylor
10. Izo, dir. Takashi Miike

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

The Woman in Black

Era véspera de Natal em 1989 quando um dos canais da televisão britânica exibiu um filme que traumatizou metade da população do país. Apenas cinco anos depois este filme seria reprisado, novamente na noite do dia 24 de Dezembro, e depois disso nunca mais seria visto de maneira oficial, sumindo na névoa da grade de programação televisiva e tornando-se cult por aqueles que conseguiram assistir uma de suas duas exibições, e que não esqueceram mais do que viram.

Meu contato com "The Woman in Black" foi por acaso, eu estava fazendo uma pesquisa sobre produções inglesas no final dos anos 80 quando me deparei com este pôster ao lado, que vinha incluído com um comentário de um espectador que descrevia se recordar de ter visto o filme na Central Independent Television e das fortes imagens que ele carregava. Uma rápida busca revelou uma série de relatos de outras pessoas que também ainda tinham na memória este filme, algo muito notável se tratando de uma simples produção televisiva.

A história começa com um jovem procurador, Arthur Kidd, sendo enviado pelo seu chefe a ir até uma pequena cidade da costa oeste chamada Crythin Gifford para participar do funeral de uma de suas clientes, a senhora Alice Drablow, uma idosa viúva que viveu e morreu sozinha em um casarão. Ao chegar na cidadezinha, Arthur se hospeda em um hotel e começa a conhecer os moradores da região, que parecem se incomodar quando ele fala a sua razão de estar ali. Até este ponto, "The Woman in Black" é um típico filme inglês, silimar a uma adaptação de Agatha Christie, um envolvente telefilme de mistério em que ficamos tentando descobrir o que há de se esconder pela história. Pau no cu do filme, que monta nesta aparente despretenção uma confortável cama para o espectador se acomodar para em seguida sufocá-lo com o traveseiro. A próxima cena, quando Arthur comparece ao funeral da senhora Drablow e a tal mulher vestida de preto do título faz sua primeira aparição traz abruptamente à tona uma sensação sufocante de pânico e desconforto. Esta cena é por si só tão marcante que todo o restante do filme carrega a aura de horror deste quadro, de repente transformando em densa a atmosfera, não é nem mais necessário ver a mulher de preto para temê-la, embora incontrolávelmente você continue esperando que ela retorne a qualquer minuto, examinando os frames e temendo o quadro que virá com o próximo corte seco, e esta antecipação é ainda mais terrível do que qualquer apelo visual.
É a composição da imagem que imprime o medo: a exploração do preto como mancha ao meio da paisagem campestre, um borrão, um nódolo maligno ao cenário melancólico.
O trabalho de som assombroso também é um dos fortes elementos, como no áudio fora de sincronia quando o protagonista entra na névoa, uma cena medonha que unicamente se apoia no som para nos contar um pedaço da trama. Na segunda parte de "The Woman in Black", onde Arthur decide se mudar para o casarão abandonado, é na solidão do personagem que esse terror se intensifica, pregados em direção a tela, nos tornamos submissos ao filme. É uma das melhores sensações que você pode ter com o cinema: você não está vendo aquele filme, você está dentro daquele filme, todas as coisas ao redór da sua vida por um breve minuto desaparecem, foda-se a família, foda-se os compromissos, foda-se o dinheiro, a única coisa que você quer é passar vivo pelo filme. É um momento espantoso, onde o medo se materializa e traduz todo o sentido dos filmes de horror, eles pregam um contato (e um controle) direto com o espectador, um gênero cinematográfico capaz de atingir e agredir psicológicamente quem o assiste de tal maneira que a pessoa o escute atentamente, pois são perturbações que atravessam os filmes e conseguem cravam na carne, uma sensação não apenas compartilhada entre personagem X espectador, mas uma sensação sentida por ambos. Para o espectador, o gênero de horror é uma questão de vida ou morte.

Atualmente "The Woman in Black" parece ter levado sinal verde para ganhar uma refilmagem, a notícia boa é que está em ótimas mãos, a produção está a cargo do diretor inglês James Watkins (EDEEEEN LAKEE!), a má notícia é que será rodado em 3D, a mídia da moda. Por mais que eu confie em Watkins, e Deus sabe o quanto eu confio, fica difícil imaginar uma boa adaptação apoiada em recursos digitais quando o melhor do original era justamente a singelidade, o formato televisivo, os atores desconhecidos...
Quanto a versão de 89, esta parece ainda estar amaldiçoada, segundo a escritora da obra, Susan Hill, os direitos foram passados por várias mãos tendo se perdido em um rolo judicial e garante que o filme não será lançado exibido novamente. A única versão a venda é um DVD pirata do Canadá vendido pela internet (a versão que eu assisti era um VHS-rip de boa qualidade, provavelmente desta fonte).
Ainda assim, "The Woman in Black" conseguirá continuar seu legado, formado por um público fiel baseado mais em qualidade do que em quantidade, pois por mais que seus espectadores desejem esquecê-lo eles não conseguiriam. Vamos enxergar esta mulher de preto na nossa frente mesmo que apaguemos todas as luzes, ou mesmo que as acendamos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sem mais filmes Islandeses?

Este texto postado hoje no Twitch esclarece a triste situação atual do cinema na Islandia, um dos mais atingidos pela crise econômica e que ameaça um desaparecimento. Na foto, o islandês "Noi Albinoi", um dos filmes mais brilhantes da década passada.

Sem mais filmes Islandeses? Pode ser.
Escrito por Swarez
Tradução livre Lucas Moreira


Ano passado os cineastas islandeses celebraram o fato de que em nenhum outro momento em nossa pequena história cinematográfica tantos filmes estiveram em competição ou em ativa produção, apesar de terem sido atingidos pela maior quebra econômica da história. Assim como todos os cineastas europeus, eles precisam que o governo colabore com fundos para financiar seus filmes, tanto locais como ao redór do país, e eles sabiam que haveria grandes cortes nesta área. O que eles não sabiam é que aquele fundo se tornaria a lápide de sacrifício para todos os fundos culturais, teatro, sinfonia islandesa e outros. Enquanto todos os demais fundos culturais receberam por volta de 5% de corte, o fundo cinematográfico recebeu um corte de 35%, efetivamente balaceando toda a pequena e lutadora industria.
Nenhuma razão foi dada para isso e os cineastas suspeitam que o corte foi feito sem nenhum pensamento por trás dele que não a ignorância e a arrogância cultural. É especialmente estranho porque a cada centavo que o fundo prestava suporte, voltava duas ou três vezes mais de fundos internacionais. Esta é a única indústria cultural que traz dinheiro para o país, e ainda assim eles efetivamente a mataram com um único golpe, cortando exatamente o que é tanto preciso para a contrução de nosso ambiente econômico.

Se isso não fosse ruim o suficiente, o CEO de nossa estação de televisão nacional, aquele que foi pedido pela lei que desse suporte a produção local e aquele vem sendo um aspecto crucial ao conseguir fundos internacionais para cineastas locais, fez o anúncio de que eles irão basicamente parar de comprar filmes e documentários islandeses. O que isso basicamente significa é que o cinema islandês está morto. Sem a garantia de uma plataforma para exibição de seus filmes, cineastas podem esquecer de aplicações de fundos internacionais, já que isso é algo necessário para a maioria deles. Mais estranho ainda é que praticamente nenhum corte foi feito na compra de entretenimento e programas de esporte internacionais na estação de TV. Imagino que as pessoas preciam de suas Ugly Betty.
O governo ridicularmente cortou todos os meios de suporte cinematográfico sem um único esclarecimento, qualquer razão para isso, e eu suspeito que nós não teremos nenhuma. Cineastas estão fartos de que todo o trabalho que vem sendo feito para deixar nossa pequena indústria fora das sombras e fazer as pessoas realmente assistirem, seja desperdiçado. Em 2009 os dois filmes mais populares em nossos cinemas foram islandeses, "Johannes" e "Mr. Bjarnfredarson", este último batendo até gigantes como Avatar nas bilheterias. Programas de TV islandeses tem se tornado os mais populares e comentados, então é também estranho que seja este o caminho que tenha sido escolhido.

Não sei como o futuro será para os cineastas islandeses, não parece brilhante no momento mas eles estão preparados para lutar pela sobrevivência. Se eles serão bem sucedidos, é algo que permanece para ser visto.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Os mais roubados

O Chartsbin liberou essa semana um gráfico com os filmes mais baixados na internet, seguindo dados de portais de bitorrent como o TorrentFreak. A maioria são filmes de aventura e ação, com "Star Trek" emcabeçando a lista. É curioso analisar como estes números não transformaram em nada estes filmes em fracassos financeiros, inclusive a maioria dos títulos que figuram a lista foram as maiores bilheterias deste ano.

****

Em tempo, não perca a paródia que a galera do Free Love Forum fez para o lançamento de "Avatar", chega a ser vergonhoso ver como simples adolescentes americanos conseguem ser mais engraçados que os maiores comediantes brasileiros. No vídeo acompanhamos a produção de um bootleg (o típico vídeo gravado dentro do cinema com qualidade porca), enquanto todo o processo de criação do filme revolucionário é descaradamente detonada. Todas as falas usadas na propaganda de making of de "Avatar" são abertamente ridicularizadas, tal qual a tecnologia nele empregada e a imagem de messias de James Cameron. Não sobrou nem para a frase do cineasta "We are really poushing the envelopes here", transportada para um outro contexto:

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vídeo - Insects Names



Música de Yuki Yama.

Filmado e editado em uma noite.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ford Corcel

ou Como Fazer um Filme Nacional Decente

Há alguns anos atrás morei em um prédio bem classe alta, isolado, e próximo de uma vila boca-braca, provavelmente foi o melhor lugar que eu já vivi, tinha até banheiro com hidromassagem e outras coisas veadas. A alguns andares abaixos de onde morávamos, acho que no segundo andar, vivia sozinho um velho rabugento aposentado, aquele tipo de vizinho véio que sem ocupação e nada pra fazer acaba matando o ócio cuidando da vida dos outros e procurando problema, que te chama de baderneiro e reclama do barulho por você ter deixado um floco de algodão cair no chão (surdo é meio assim né? só ouve quando quer). Mas um detalhe particular do velho é que ele ostentava na garagem um clássico Ford Corcel antigão, bem cuidado, religiosamente polido, recauchutado e brilhoso.
O carro chamava atenção de todo mundo, não tinha quem não olhasse para aquele baratão.

Há essa altura você deve estar se perguntando se eu perdi meu juízo mental e transformei este espaço em um diário de recordações. Ocorre que eu não tenho mesmo uma boa conclusão para esta história, simplesmente acabei me mudando deste prédio super rapidamente e nunca mais vi nem o velho, nem o Corcel. Mas, alguns meses antes de eu sair de lá me lembro que o velho tinha decidido atravessar a passarela para o lado negro da cidade, sozinho e a noite, e acabou cruzando com uma galera similar a do Alex DeLarge e terminou levado uma pancada na fuça, o que o deixou com um olho roxo e mais puto da vida.

Conto isso para fazer ligação com o novo filme de Clint Eastwood, "Gran Torino", que há essa altura já deve ter chegado em DVD e muita gente deve ter assistido, e se ainda não viu, deveria, parece um revival oitentista com Eastwood no papel de macho mais macho do cinema, mesmo tendo seus quase oitenta anos de idade. A história é muito parecida com a do meu vizinho, é sobre um vetarano da Guerra da Coréia chamado Kowalski, velho amargo e ranzinza, que ainda não conseguiu engolir o passado e o mantêm preso na garganta, mas aos poucos vai amolecendo com a amizade da família vizinha de asiáticos. Ah, e ele guarda um puta modelo Gran Torino na garagem.

Permita-me desviar o texto mais uma vez, logo agora que tava pegando no tranco - mas prometo que no final vou amarrar tudo -, estava conversando estes dias com uma amiga que se impressionou muito com o fato de eu nunca ter assistido "Cidade de Deus", filme que sinceramente nunca me deu o menor interesse, e nunca o ví como um furo na minha coleção(furo é eu ainda não ter visto todos do Yasujiro Ozu, algo que vai ficar de promessa para o ano novo), perguntei para ela então o que achava do filme brasileiro, e ela me respondeu que achava legalzinho...mas que pouco se interessava por toda a violência e lamentava o cinema nacional sempre recorrer a isso para conseguir prestigio. Claro que a essa altura eu já estava quase a beijando na boca, chamando de meu amor, e construindo um barraco para nós vivermos, até porque esta simples opinião de que estamos atualmente em um período onde a violência é sinônimo de amadurecimento intelectual é a das mais verdadeiras - recomendo a leitura deste texto de Tom Jacobs, onde ele começa investigando como o sexo e a nudez afetam o retorno financeiro de um filme e acaba chegando a uma conclusão um bocado complicada.

Tenho pensado muito em "Gran Torino", e em como o filme poderia funcionar perfeitamente em nossas terras. Como nos filmes brasileiros, há uma crítica social, mas ela fica protegida ao fundo e não alardamente destacada como nossos cineastas o fazem, Eastwood sabe que o envolvimento e a história são importantes e só fortalecem a ocasional lição de moral. E é um filme tão fácil, com poucos atores, poucos cenários, sem necessidade de muitos gastos (já que dinheiro é sempre a desculpa número um aqui para ser imcompetente), sem linguagem publicitária, sem piadinhas fáceis, sem palavrão. Certo que algumas mudanças precisariam ou poderiam ser feitas: ao invés da cidadezinha americana poderia se passar em algum município do interior de São Paulo; no lugar de Clint Eastwood seria o Tarcísio Meira; o trauma de guerra seria substitúido pelo pesadelo da ditadura; os vizinhos asiáticos seriam trocados por uma família pobre e de bem; e no lugar do Gran Torino poderiam usar o Ford Corcel do meu vizinho.
Fora isso, seria o mesmo filme, o mesmo argumento, o mesmo roteiro, as mesmas cenas, os mesmos planos, os mesmos enquadramentos (porque são nestas etapas que brasileiro caga tudo), e eu pediria também que mantêssem a trilha sonora, por favor.
Não consigo prever se a mistura dos ingredientes desta receita dariam um bom resultado, mas ta aí um filme que eu ficaria curioso para assistir. Consigo até prever o que os críticos iriam alegar, eles diriam que o filme parece americano (o que seria um tremendo elogio...), ou que uma história destas não tem nada a ver com o Brasil (...eles não conheceram meu vizinho). E mesmo a violência não iria ferir o espectador, pois quem assistiu "Gran Torino" sabe que ela é usada na história como um dispositível desesperador, rendendo um final penoso ao personagem principal, e não como nos filmes de tráfico nacionais, onde a violência é celebrada feito um Cannibal Holocaust.

Precisamos que o cinema brasileiro deixe de ser brasileiro, precisamos de situações de âmbito mundial, precisamos de personagens onde qualquer um, indiferente da classe ou país, se identifique. Estes personagens e situações até podem se desenrolar em plena catinga nordestina e retratarem o cenário social do lugar, mas é necessário que as emoções e atitudes de quem lá vive sejam compreensíveis e não apenas ajam de forma ensaiada como meio de operar a mensagem do realizador.
Clichés são construídos de situações chaves (quem não conheceu o valentão na escola? quem não conheceu o nerd? quem não ganhou uma espinha no nariz em um dia crucial?) nosso cinema não tem clichés para seguir porque até hoje nada que foi retratado na tela parece ter sido feito por nós mesmos, ou por humanos em geral.
É dai que vem a idéia de um cinema de gênero, apoiada da necessidade. Todos os países tem uma rica cinematografia de suspenses, ficção-científica, terror, comédia (considerando o fato que estou apertando um Delete em toda comédia nacional) ou ainda de sub-gêneros como os filmes de vingança, os de assalto a banco, os de desastre, os de esporte... nós não somos todos iguais, um país precisa de uma diversificação assim para constituir um cinema.
Os filmes brasileiros já nascem com défict de atenção, com uma certa arrogância de serem a nova jóia preciosa da arte desde a primeira linha do roteiro, enquanto que os filmes de gênero se apóiam na simplicidade e fazem dela sua aliada.
Eles querem apenas passar duas horas conosco e nos contar uma boa história, o que às vezes, pode ser tudo o que mais precisamos.